De acordo com levantamento do TCU, prefeituras municipais perderam, nos últimos cinco anos o equivalente a um ano de arrecadação do FPM e ISS
“Os gestores não vão poder colocar em prática aquilo que prometeram de imediato porque não vão ter receita. Estamos projetando 2017 igual ou pior que 2016. É preciso que eles começem com o pé no chão e contas na ponta do lápis para que o governo não pare”, afirma o secretário-geral da CNM, Eduardo Tabosa. O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), foi um dos primeiros a anunciar um corte de nove pastas no organograma municipal e redução de 35% dos cargos comissionados. A expectativa é uma economia de R$ 81 milhões.
O prefeito de Santa Cruz do Capibaribe, Edson Vieira (PSDB), afirma que teve que readequar a estrutura municipal para os tempos de dificuldade. Ele cortou três secretarias (eram 11 pastas e hoje são 8) e estuda corte de comissionados e despesas. Com a redução de secretarias, a expectativa é de uma economia de 50 mil ao mês. O gestor afirma que é preciso fazer caixa no primeiro semestre para enfrentar dificuldades do segundo semestre. Além disso, ele se queixa de queda e atraso nos repasses de recursos da Saúde pelo Estado e União.
O prefeito de Araçoiaba, Joamy (PDT), tem como foco cortar gastos considerados supérfulos. Em especial, o gestor pretende cortar os gastos com eventos festivos. Segundo o gestor, a cidade – que chegou a ser considerada uma das 100 piores para se viver, pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia, – sofre com “déficit histórico”.
“Temos que enxugar a folha e acabar com gastos supérfulos. Temos que acabar com festividades. Sei que o povo quer festa, mas não adianta gastar valores altos e deixar de lado áreas como saúde e educação de lado”.
O prefeito de Tabira, Sebastião Dias (PTB), afirma que o principal desafio dos municípios menores é com a arrecadação. Além da crise econômica, a cidade é afetada pela constante crise hídrica e baixa movimentação econômica. “Temos que fazer o impossível com o que temos”.
Reeleito, José Patriota, de Afogados da Ingazeira – que é presidente licenciado da Amupe – diz que maioria da população votou pela renovação das prefeituras, mas observa que é preciso que os novos gestores também deem respostas à população. E que os antigos façam o dever de casa, ou seja, reduzam gastos e enxuguem a máquina.